A Procura da Perfeição

Tem uns oito anos que eu venho tentando fazer a carne de panela “perfeita”, tem até uma receita da minha mãe aqui no site. Mas a que eu estava procurando não leva molho de tomate, é aquela simples com batatas e cenoura. E procurei em vários sites várias receitas e nunca ficou como eu esperava.

Fiz vários experimentos, a grande maioria deles de temperos. Coloca alecrim ou cominho, deixa a carne marinando no tempero com vinho… usa a mistura de ervas X ou Y… E nada. No último final de semana, eu acertei.

A receita que tanto me escapava é simples. Moí o alho com sal, fura a carne e esfrega o alho e sal. Põe um pouquinho de mostarda e sela bem no óleo. Depois coloca os vegetais descascados e cortados em tamanhos similares. Cobre com água, adiciona um bocado de molho inglês e outro de shoyu. Tampa e deixa 25 minutos na pressão (era uma peça pequena de carne).

Foi no dia que resolvi fazer de forma bem simples, sem fru-fru, sem gourmetizar nem inventar que saiu o resultado que eu queria. E foi aí que eu comecei a pensar no quanto que eu faço a mesma coisa em outras áreas da minha vida.

Na busca da perfeição eu mudei tanto a receita – que é bem simples – que acabei levando anos para chegar onde queria. Toda vez que queria incrementar, decrementava. E me peguei pensando quantas vezes me esforcei demais e não consegui o que queria; e o quanto é o suficiente?

Tanto no trabalho quanto nas relações interpessoais quantas vezes me esforcei além do que devia e o resultado foi pior do que se tivesse apenas entregue o que foi pedido? Ao tentar agradar demais, ou entregar algo impactante demais, acabo perdendo o foco…

Acho que é esse o ponto maior do aprendizado aqui. Não ficar só no mínimo, mas também lembrar que existe um limite máximo; e que, as vezes, um menor esforço traz o melhor resultado.


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